Há dias que acredito
Ser um pedaço de papel insuflável
A viajar de árvore em árvore
Há dias que acredito
Ser um pássaro
Ou um papagaio de papel suspenso por um cordel
Nas mãos de um menino
Há dias que não acredito
Há dias que não tenho dias
E noites sem noites
Há dias que sou um cubo de gelo
Poisado sobre a mesa de cabeceira
Há dias que acredito
Ser um pedaço de papel insuflável
A viajar de árvore em árvore
Uma bola de sonhos
Que aterra numa rua da cidade
E percebo quando me levanto que a rua não tem saída
E a cidade não existe
Há dias que acredito
Ser um vagabundo
Ou um miserável
Há dias…
A viajar de árvore em árvore