Caiem sobre o meu corpo as lágrimas dos plátanos
E ao olhar-me no espelho da noite
Sou um plátano que se desprega lentamente do mar
E nem o vento faz balançar o meu tronco
E nem a chuva cessa as lágrimas dos plátanos
Que caiem lentamente sobre o meu corpo
Sento-me sobre a areia molhada
E com a minha mão faço desenhos nas lágrimas dos plátanos
Desenhos e desenhos e desenhos
Um dos plátanos agacha-se e toca-me
E eu olho-o como se fosse o amanhecer
Embrulhado na toalha da madrugada