Entre as linhas da vida
Movimento-me cambaleando nas travessas da noite
Pareço um comboio desgovernado
Galgando socalcos
Olhando o rio
Fingindo sorrir
Entre as linhas da vida
O peso do meu corpo adormece
E as minhas mãos poisam nos cansaços da manhã…
Os carris crescem e crescem e crescem
E os socalcos descem e cerram-me os olhos
E finjo e finjo e finjo… que galgo os socalcos
Entalados entre as linhas da vida
Entre as linhas da vida
Pareço um comboio desgovernado
Um corpo empalhado e espetado na biqueira da solidão
Um corpo amordaçado
Que caminha e caminha e caminha até encontrar um porto de abrigo