Sei que alguém me espera
Numa esquina de rua
Ou num poço dentro de um rio
Sei porque o sinto
Quando caminho nas planícies adormecidas
E o meu corpo cola-se aos muros de vedação
Que separam a luz da noite
E os tiros de solidão rompem o céu recheado de estrelas
E fios de algodão
Caiem sobre os meus ombros
E prendem-me os braços à neblina
Numa esquina de rua
Alguém me espera
Para me levar até à constelação mais distante
Onde os livros são proibidos
E as palavras meras sementes de girassol…