Uma cidade extingue-se no orgasmo da fome
Nas ruas as árvores gemem
E um rio cansado de viver
E de correr para o mar
Esconde-se entre os pergaminhos do desejo
Deixo de existir
Evaporo-me no orgasmo da fome
Tal como a cidade
E o rio
E o desejo
Há silêncios sobre a mesa ao jantar
Quando o mar engole o rio
Deixo de existir
Deixo de caminhar
Deixo de viver
Uma cidade extingue-se no orgasmo da fome
Nas ruas as árvores gemem
E um rio cansado de viver
E de correr para o mar
Deixo de existir
Deixo de caminhar
Deixo de viver
E a cidade arde quando acorda a noite.