O objecto perde a forma na mão
Que o segura,
Mutila-se nos segundos temporais
E se esconde do tempo que perdura,
O objecto deixa de me pertencer,
Fica pequenino, minúsculo,
O objecto na minha mão
Preso por um músculo
Que do meu corpo se separou.
O objecto perde a forma na mão
Que o segura,
E nos olhos da madrugada a canção
Da lua quando acorda,
O objecto submerge em mim
Como um espelho ao fim da tarde…
Como um sorriso vindo do jardim,
Quando fumo o meu cachimbo.
O objecto está cansado,
O objecto enlouquecido pela escuridão
Abraça-se ao meu corpo ancorado.
FLRF
30 de Março de 2011
Alijó