Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Jan 12

 

84,1 x 59,4 – Francisco Luís Fontinha

 

Metade de mim

Morta pela tempestade

A outra metade

Pendurada na parede de um quarto

 

Sem janelas

Para o mar,

 

Metade de mim

Carne podre

Pedacinhos de cartão amordaçados

No sangue da noite,

 

Metade de mim

Morta pela tempestade

A outra metade

Pendurada na parede de um quarto

 

Sem estrelas

Sem luz

Sem janelas

Para o mar,

 

Metade de mim…

 

À procura do cadáver

Da metade morta pela tempestade

Porque à metade pendurada na parede de um quarto

Falta-lhe a metade

A vontade

A saudade

 

À metade de mim

Sem vista para o mar

 

Sem janelas para o corredor

Depois de subir as escadas e alcançar a claraboia

Onde metade da metade de mim

Dorme abraçada a uma gaivota

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:04

Janeiro 2012
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