Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

25
Jan 12

Entras-me no sangue

E caminhas nos túneis em plástico que dormem sobre a mesa-de-cabeceira

Entras e extingues-te como uma andorinha

Ao terminar a primavera

 

Desces cansaço embebido em drageias de néon

E um rio de sémen na algibeira da morte

Agarra-se aos meus braços e leva-os para a montanha

Povoada de ossos

 

É noite

E entras-me no sangue

E caminhas…

 

Fumo os últimos cigarros

No corredor longínquo

Onde passeiam petroleiros e plátanos desiludidos com a vida

E o que farei depois de terminarem os cigarros?

E quando a montanha deixar de ser a montanha…

O que farei?

 

É noite

E entras-me no sangue

E caminhas…

E todos os componentes metálicos do meu corpo

Abraçados à ferrugem

O que farei quando deixar de ter cigarros?

 

E quando a montanha deixar de ser a montanha?

O que farei dentro da montanha

Com ossos

Sem árvores

Sem cigarros…

Na algibeira da morte

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:59
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Janeiro 2012
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