Enfim só
Nesta sem fim noite adormecida
Enfim eu neste labirinto a que chamam noite
Enfim só. Enfim caminhando
Pela claridade do silêncio
Na sem fim noite escura de mim,
Da sem fim noite prometida.
Enfim só
À procura, na busca, caminhando
Eternamente só,
Na sem fim clareira esquecida.
Enfim só
Nesta sem fim noite adormecida
Enfim finalmente eu
Só, com a tua sombra adornada no vácuo
Tapando a minha janela em delírio
Dos teus gemidos nocturnos,
Que na noite me iluminam
E me dizem baixinho
Ao ouvido;
Enfim só
Só sem fim nesta noite maldita…
Porque só,
Da sem fim noite prometida,
Eu, enfim só!
Luís Fontinha
Alijó