Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

24
Mar 12

(Às árvores tombadas sobre a finíssima poeira da noite)

 

Abraças-me

Abraças-me como se eu fosse um fio de luz

Suspenso nas madrugadas de insónia

Quando todos…

Quando todos os livros dormem nos lábios da lua

E a cidade se extingue junto ao cais

 

(Queria ser um livro de poesia

Ou simplesmente um fio de luz

Também gostava de ser uma janela com vista para o mar…)

 

Abraças-me

Abraças-me na canseira da noite

Dentro dos bibelôs poisados sobre a sombra do teu sorriso

E vejo a cidade

Que lentamente se alimenta da minha solidão

E o meu corpo transforma-se em rosas

E embrulhado em beijos

Começo a descer até ao estômago da cidade

 

(Queria ser um livro de poesia

Ou simplesmente um fio de luz

Também gostava de ser uma janela com vista para o mar…)

 

Abraças-me

Abraças-me como se eu fosse um fio de luz

No deleite dos teus seios

Que brincam nas mãos da cidade

 

Abraças-me.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:26

Março 2012
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