O meu esqueleto pendurado no cabide
E com o que me resta faço uma fogueira
Queimo todos os meus livros
Incendeio as minhas telas
Está vento
Palavras são levadas pela rua
Corro em busca delas
Nada poderá ficar intacto
Apenas cinzas
E o meu esqueleto pendurado
De perna entrançada
Fuma cachimbo
Está vento
As cores das telas
Entram na sarjeta
O meu esqueleto pronto para ser encaixotado
E não tenho a certeza
Não tenho a certeza se os meus ossos
As cinzas dos meus livros e das minhas telas
Têm espaço no caixote da morte…
E o caixote da morte fecha-se sobre mim.
FLRF
4 de Abril de 2011
Alijó