Os teus bracinhos
Deitados no meu peito
E nas minhas mãos de primavera
Uma gaivota sorri nos teus olhos de madrugada
Lá fora, na rua em movimento, um cisne
Esconde-se nas pedrinhas da calçada
E movimenta-se lentamente junto ao mar
Onde os teus bracinhos e o meu peito poisam vagarosamente
Sem percebermos a chegada da noite
Sem compreendermos o porquê da alvorada…
Os teus bracinhos
Deitados no meu peito
Em carícias de fim de tarde
Os carris lotados
E nas carruagens sombras em desespero
Indiferentes aos teus bracinhos e ao meu peito…
Enlatados ma maré
Os teus bracinhos
Deitados no meu peito
E nas minhas mãos de primavera
Uma gaivota sorri nos teus olhos de madrugada
E a maré cresce, cresce até ao infinito…
Os teus bracinhos
O meu peito
Órfãos das sombras
Numa carruagem apressada
Nos carris do desassossego…
FLRF
5 de Abril de 2011
Alijó