Um dia vou esquecer-me das palavras
um dia os livros deixarão de me olhar
como todos os dias
nasce a luz em finíssimos fios de neblina
um dia a espada da morte
entra no meu peito
e deixo de ouvir a musicalidade das manhãs
um dia os livros
esquecerei os centímetros de solidão
e os milímetros de desejo
sem perceber que um dia
as palavras
um dia dos livros
os lábios doces da Lua apaixonada
viverei desacorrentado
sentado
esperando por ti no cais do amor...
(poema não revisto)