Procuro nas minhas mãos de iodo
os pequeníssimos gemidos dos barcos da Ajuda
dentro dos muros invisíveis da solidão,
procuro
e não encontro os teus lábios de desejo
que a minha boca
pouca
às vezes um pouco louca
nas veredas janelas de pano cor de madrugada,
procuro nas minhas mãos de iodo
os pigmentos siderais da tua pele
onde escreverei os meus loucos poemas
em chama
a fogueira do teu púbis construído de marés longínquas
da voz cansada do luar,
desenharei abraços com sabor a mel
e chocolate
com laços de braços
em redor do teu pescoço submerso no meu peito...
nas minhas mãos de iodo
o teu amor vestido de noite com estrelas no loiro cabelo.
(poema não revisto)