Os algerozes da paixão submersos nas lágrimas do desejo
quando o falso beijo
desce da árvore vestida de negro
com fios de sémen na algibeira do sono,
uma janela
com cigarros em cadáveres adormecidos pelas mãos
dos olhos embainhados das rosas
sem perfume,
o lume à janela
em pálpebras coloridas pelo silêncio da lua
o céu invisivelmente sobe as escadas sofridas que a noite constrói
nas costas de um crucifixo encalhado nas frestas do barro cansado,
desenho eu a madrugada
murmuradas todas as palavras
na ardósia de dor
que iluminam as cinzas ardores dos homens tristes e sós,
morro nos teus braços
e sinto o peso da saudade
os algerozes da paixão submersos nas lágrimas do desejo
quando o falso beijo,
(toma conta da cidade)
nos teus braços de saliva pergaminho
luz à janela dos cigarros sem perfume
com rosas cintilantes nos lábios da aurora boreal
que dos teus cabelos crescem em direcção ao mar...
(poema não revisto)