Mentes-te com as imagens falsificadas que o homem do chapéu negro
suspende nas paredes hirtas da cidade em ruínas
há uma fuga de água nos olhos do céu
e as árvores derretem-se como papel incendiado,
Misturas nas palavras
dor e silêncio e doce em desassossego sofrimento
mentes-te sabendo que a geada apaga todos os desenhos
e mata os pássaros solitários,
Mentes-te como lágrimas de incenso
percorrendo clandestinamente os corredores da loucura
à procura
de beijos com sabor a saudade,
E acreditas na felicidade
como se a felicidade existisse como existem as árvores de papel
que ambos sabemos não dormirem no nosso quintal
que ambos sabemos pertencerem ao homem do chapéu negro...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Alijó