E amanhã é muito tempo, e o vento talvez já não esteja entre mim e ti, entre nós, e talvez só o vento consiga aquilo que tu e eu não conseguimos, andar, caminhar junto ao mar, mar da tranquilidade, não, isso é na lua, e amanhã já não há vento, e se eu atirar os lençóis da tua cama pela janela, não voam, apenas um olhar, apenas um, eles experimentam a lei da gravidade, caem, esborracham-se na calçada junto ao mar, vejo o areal, tu brincas lá, brincas ao faz de conta, e eu faço de conta que amanhã não estou cá, não sei meu querido, talvez amanhã consiga dizer-te alguma coisa, talvez amanha…