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Fingias tristezas
no planalto imaginário das palavras incompreendidas
desenhavas as árvores e os arbustos que a despedida levou
quando regressou a tempestade de areia
e o teu corpo permanecia absorto ou morto ou simplesmente infinito,
Perdido nas íngremes amargas letras vermelhas
imagens a preto-e-branco projectavam-se-lhes como dentes de marfim
em crocodilos de madeira negra
húmida
também ela ausente da Primavera tarde que o silêncio amanhava,
E hoje
ninguém
coragem
ninguém o apanha do cinzeiro vestido de abelhas flutuantes
quando me escrevias insignificantes palavras desconexas,
Velhas
cansadas
mentiras de anda
como as madrugadas de cimento
e a marmelada caseira,
Minhas manhãs de nada
ou nada sabendo que não estás nas fingidas tristezas
de livros ou papel amarrotado como as lanternas da solidão
e que sim que simplesmente levitou
às mágoas uivas maçãs do prazer...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha