Nunca recebi uma simples flor
Da tua mão, meu amor!
Estou habituado a receber
Silêncios de nada,
Fantasmas da madrugada
Que se confundem com o amanhecer.
A minha antologia poética.
Um saco de papéis espalhados pelo chão
À espera de irem para o contentor,
Nunca recebi da tua mão
Uma simples flor.
És tão patética!
Nos meus versos que foram teus
E agora são do nada,
Pequenas palavras em folhas de papel
Ornamentam o teu olhar,
És tão patética, meu amor,
Que nunca recebi flores da tua mão.
Aí momentos meus
Que se perderam no batel…
Escondem-se na madrugada.
E agora são Luar!
São nada.
Nunca recebi uma simples flor
Da tua mão, meu amor!
Nem uma simples rosa amarrotada.
Nada.
Luís Fontinha