Sobejam-me as tuas mãos nos meus ombros
O peso de perder-me na noite
Esquecer-me de dormir
Deitar-me rente ao chão
Sobejam-me sonhos que deixo sobre a mesinha de cabeceira
Ao lado de um livro por ler
Sem coragem de o desfolhar
Sem coragem de o comer
Sobeja-me a manhã que me chuta para o infinito
Como se eu fosse um condenado
Um simples vagabundo
Deitado rente ao soalho…
Sobejam-me as tuas mãos nos meus ombros
O peso de perder-me na noite
A dor de me esconder nas sombras da luz
Quando sobeja em mim a solidão
Sobeja de mim a tua mão
Nos meus ombros amarrotados à janela
Nos meus ombros escondidos
Na boca dos cortinados.
FLRF
14 de Abril de 2011
Alijó