Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

26
Mai 13

foto: A&M ART and Photos

 

Percebiam-se-te cansaços que o tempo alimentava

flores dispersas como sandes de solidão

sobre uma cama encharcada

fina distância a janela da paixão

que a noite alicerçava,

 

E a fome

meu amor madrugada

que nuvens vorazes galopavam nas searas abandonadas

e a fome das coisas prometidas

dos livros murmúrios palavras,

 

Amor... lâminas de vidro que a espuma do mar recordava

entre a loucura e as lâmpadas do silêncio encardido dos candeeiros cadáveres

amor só como areia dispersa na imensidão da poesia

de dia

o amor... amor que não amava,

 

E desejava

sabia-te adormecida nos confins sulcos que o estômago rejeitava

vogais sílabas e imagens do teu corpo imprimido no céu petroleiro

e sobejava sabia-te dorida pelas mãos das ilhargas madeiras da Primavera

que o meu coração imaginava,

 

Chorava-te como lulas grelhadas

dentro da barcaça da alvorada

percebiam-se-te cansaços e limonadas

como este maldito zumbido da esplanada criança tristemente apaixonada

tristemente... recheada nos lábios teus finos beijos que as pétalas do amor o vento transportava...

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:43

Maio 2013
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