A minha vida tremia de frio, e estava em Maio, mas o nevoeiro escondia-se no meu olhar, e tive de correr em busca de silêncio. E as estrelas em lágrimas na minha partida. E eu odeio-te porque és filha da cidade número vinte e cinco do sonho madrugada.
Com o dia claramente acordado, porque a noite tinha adormecido, mas esta não era a minha noite, mas uma noite do passado, noite de fantasmas no meu adormecido pensamento, e as putas pareciam gaivotas que planavam junto ao rio.
Uma terça-feira triste, não porque o dia fosse triste, mas a tristeza encarnava-se no meu corpo franzino e tímido; um corpo doente de demónios e raízes, que ao fundo do túnel, adivinhava-se um fracasso; o meu primeiro dia de serviço militar.
In Escuridão, 1988
Luís Fontinha