Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

17
Ago 13

foto de: A&M ART and Photos

 

as pedras castanhas filhas da noite cinzenta

fundem-se-lhe nas mãos clandestinas que a dor adormece

faz de conta que vive

sem viver

sem resmungar com os transeuntes vestidos de negro

que se fazem passear

entre os gladíolos do jardim da insónia

e a triste numeração da calçada sem memória,

 

caçávamos borboletas dentro do escuro quarto com janelas gradeadas

e o aço que antes gemia

hoje morto

derretido como os dedos do poeta amaldiçoado,

 

as pedras castanhas filhas da noite cinzenta

em vidros de pergaminho...

 

cinzentas as árvores de linho

que adormecem nos teus cortinados

a fome emerge

submerge

como pregos semeados na seara tua cama

as pedras castanhas... como ravinas de azoto...

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 17 de Agosto de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 14:21

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