foto de: A&M ART and Photos
tenho medo dos furações de areia
que fingem e mentem
como corações de manteiga
tenho medo da chuva
e do vento com sorriso de gente
como a cidade semeada no deserto
tenho medo dos teus olhos
quando desce a noite sobre os teus finos braços de árvore cansada
maltratada
doce
magoada
tenho medo dos silêncios que a madrugada esconde
que os teus lábios comem...
e que a tua garganta em palavras de incenso
grita...
choras
e as convulsões da tua pele
sobre o mar
como barcos
como homens empobrecidos
mortos
sentenciados por um criminoso diplomado
coitado
(do medo
do medo em furações de areia)
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 24 de Agosto de 2013