Abri a janela e a chuva rompia pelas amoreiras, os pássaros suspensos numa manhã de primavera, e dentro de mim a angustia dos teus braços quando ao fim da tarde me esperam junto ao rio, o vento bate nos teus cabelos, e no teu sorriso a finíssima neblina entre os olhares do néon que aos poucos acorda nos olhos de um veleiro, sento-me sobre uma pedra esquecida pela madrugada, puxo do silêncio do meu pensamento, e perguntam-me, e pergunto-me, qual o sitio mais longínquo onde estive,
- decididamente os teus braços!
Luís Fontinha
Alijó