Não tenho tempo
Para recordar
O teu sorriso
Quando na minha mão
Saltitava de contente
Flor em movimento
Sem tempo para brincar
Nem juízo
Não tenho tempo nem vontade de caminhar
Porque tenho o teu olhar
Prisioneiro no meu coração.
Não tenho tempo
Porque o espelho onde habitas
Rio sem destino
Nas suas margens
O teu pensamento
Parece esconder-se do menino
E na madrugada
Sem amanhecer
Hesitas
Tens medo do meu olhar
E vontade de me ver…
Não tenho tempo
E quero brincar
No teu pensamento
Sem medo de não ter tempo.
Luís Fontinha
Alijó