Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Out 13

foto de: A&M ART and Photos

 

tenho uma mão que não me pertence

da vida sobejam-me os sonhos que nunca me pertenceram

e no entanto acreditava na escuridão nocturna

vivo e vivia entre ruas e ruelas como esqueletos de ossos sacrificados ao jantar

vivia pensando que era uma gaivota

e que nos meus braças habitavam cegonhas e pernaltas

barcos e caravelas

portas e janelas

 

acreditava que estava só

e eu queria

e eu

… eu quero estar só

 

tenho uma mão que não me pertence

e acariciou o teu labirinto corpo de canela

acredita que vivia

não vivo

caminho somo sonâmbulo nos carris do medo

na paixão do segredo

acreditava e não o estou...

só abandonado triste desalmado e desamado

 

(acreditava que estava só

e eu queria

e eu

… eu quero estar só)

 

porque tenho uma mão de perfume que não me pertence

e que nunca me pertenceu

porque tenho um jardim com árvores e arbustos

bancos em madeiras e rapazes traquinas

saltitando

e nos anzóis que a tarde alicerça nas cancelas da maré

acreditava

e não estou só... porque tenho uma mão que não me pertence

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

quarta-feira, 23 de Outubro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:24

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