foto de: A&M ART and Photos
palavras sem rosto
quando sorrisos poucos
habitam no cansaço do transeunte doente
palavras sem gosto
que os barcos loucos
escrevem no caderno infame
sobre as algas de Agosto
palavras em fome
palavras sem nome
que as lágrimas do livro ausente
voam sobre a cidade dos candeeiros de papel
palavras sem nome
palavras que a morte come
e uma límpida gota de suor alimenta
como espelhos esmigalhados pelo pincel
que o pinto inventa
numa tela
numa parede
em gesso
o berço
da criança com sede
palavras sem rosto
palavras de orvalho e palavras do … e palavras nos lábios dela
dos versos verdes das plantas apaixonadas
palavras cansadas
esbeltas
tristes
magoadas
palavras sem rosto
sem gosto
sem madrugada
quando a noite é a noite drogada
palavras
palavras
palavras... de uma mulher desalmada...
(não revisto9
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 26 de Outubro de 2013