Desenho de: Francisco Luís Fontinha
Há uma transversal imagem dentro de ti, come-te e dilacera-te como as árvores andorinhas depois de se evaporar a Primavera, sinto o cheiro imenso da solidão dentro do frasco do desejo, percebo que no teu espelho com caixilho de pérola abandonada, uma limalha de sofrimento escorre como escorrem as gotículas invisíveis das tristes manhãs de Inverno, uma cabana vestida de colmo brinca junto à ribeira dos sonhos, há uma pedra onde nos sentávamos e líamos os poemas impossíveis de mim, davas-me a mão e adormecíamos como duas crianças em movimento circular uniforme, éramos círculos embrulhados em cubos de areia... e amávamos os peixes.
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 18 de Novembro de 2013