Olha…, vou contar-te uma estória
De quando eu era pequenino,
Franzino,
Muito menino,
Esquecido na memória.
Uma flor
Dançava na mão de uma donzela,
E ela, a donzela,
Sorria de tanto amor…
Dançava e corria
No jardim de ninguém,
E sempre que alguém
Aparecia…
Corria e dançava,
Sonhava
E corria,
E a flor
De tanto dançar,
Apaixonou-se, enlouqueceu de amor
Amor de sonhar,
Sem ondas de mar,
Com sonhos de maré, sem maré de sonhos,
Eis a flor,
Meu teu grande amor,
Amor dos teus lábios risonhos…
Mais tarde, no futuro longínquo, distante,
A flor espera pela sua donzela,
Espera sua amante,
Amor com amor se paga,
E se transforma em cinza, amarga, e cansada,
Esconde-se no infinito ausente.
Luís Fontinha