A minha vida sem cor
Sonhos a preto e branco
Pregados nos meus braços
Escorrem até às mãos
E alicerçam-se nos meus lábios.
No cantinho da boca sílabas desordenadas
Que mal consigo prenunciar
Escrever… numa simples folha de papel amarrotado
Como se a minha vida tivesse ficado suspensa
No dia de ontem
Na tarde de hoje…
A minha vida sem cor.
A minha vida uma perfeita merda
Numa manhã de inverno
Chuvosa
E nem o mar me quer dar a mão
Nem a maré levar-me para longe
- Quero ir para um campo de trigo
E deitar-me no chão lavrado…
E olhar as espigas em crescimento…
A minha vida sem cor
Sonhos a preto e branco
Sonhos cansados e que se desfazem
Com a passagem das horas
Ardem como cigarros na minha mão
E o fumo da minha vida voa no silêncio
Despede-se do inverno
Quando o meu corpo rejeita caminhar
Nas ruas da cidade
Eu farto dos candeeiros da rua
Eu farto da cidade que me ignora
E quando eu morrer por mim irá chorar…
- GRANDES FILHOS DA PUTA!
Luís Fontinha
30 de Abril de 2011
Alijó