As pétalas aos poucos tombavam no chão
Como gotinhas de água
O caule teima em vergar com a força do vento
E ela teimosamente
Teima contrariar a tempestade
Aos poucos verga como uma barcaça
E as raízes prisioneiras à areia
Que olham o mar
Esperam pela maré
Umas vezes calmamente
Outras até…
Impacientemente
O caule teima em vergar com a força do vento
E ela teimosamente
Resiste
Abraça-se a uma nuvem em desassossego
Esperando a chegada do pôr-do-sol…
Umas vezes calmamente
Outras até…
Impacientemente
As pétalas aos poucos tombavam no chão
Como gotinhas de água
Ela olhava-se ao espelho
Detestava o que via
E eu acho-a tão linda
E acredito que as suas pétalas novamente vão crescer
E o caule ficará sem dor
Forte como tungsténio
A que eu me possa abraçar…
Quando o pôr-do-sol chegar.
Luís Fontinha
3 de Maio de 2011
Alijó