Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

03
Mai 11

As pétalas aos poucos tombavam no chão

Como gotinhas de água

O caule teima em vergar com a força do vento

E ela teimosamente

 

Teima contrariar a tempestade

Aos poucos verga como uma barcaça

E as raízes prisioneiras à areia

Que olham o mar

 

Esperam pela maré

Umas vezes calmamente

Outras até…

Impacientemente

 

O caule teima em vergar com a força do vento

E ela teimosamente

Resiste

Abraça-se a uma nuvem em desassossego

 

Esperando a chegada do pôr-do-sol…

Umas vezes calmamente

Outras até…

Impacientemente

 

As pétalas aos poucos tombavam no chão

Como gotinhas de água

Ela olhava-se ao espelho

Detestava o que via

 

E eu acho-a tão linda

E acredito que as suas pétalas novamente vão crescer

E o caule ficará sem dor

Forte como tungsténio

 

A que eu me possa abraçar…

Quando o pôr-do-sol chegar.

 

 

Luís Fontinha

3 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:21

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