Uma luz aproxima-se do meu cansaço, vem de longe, vai para longe, e uma nuvem, azul, suspende-se nos teus seios aprisionados na minha mão. Começa a noite e da noite bebemos as sombras dos olhares irritantes à nossa volta, seguem-nos, perseguem-nos, e o luar adormece nos nossos desejos, e os nossos desejos, simplesmente se desejam… simplesmente se amam, e da noite, a noite, a tua voz em silêncio no meu ouvido, junto ao meu corpo cansado pelo cansaço da noite. Amo-te.
Luís Fontinha