O poema despede-se dos meus lábios
E deixa sílabas nos meus olhos
O poema entranhado no meu peito…
E nas palavras o sufoco de caminhar
Por entre os cisnes
Que brincam no lago.
O poema prende-se à noite em construção
Quando na cidade se vai escrevendo
Com a mão do vento
E no silêncio do poema
Uma mulher despe-se
E o poema escreve-se no seu corpo…
É madrugada
É a noite a transformar-se em dia
É num corpo de mulher
Que vejo o poema abraçado.
Luís Fontinha
9 de Maio de 2011
Alijó