Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

12
Mai 11

Sou um náufrago

Enrolado nas guelras do mar

Cada vez mais distante de terra

 

Não oiço as gaivotas

E nas minhas mãos crescem algas

Que não me deixam acenar à maré

 

Sou um náufrago

E agarro-me nas palavras que o vento transporta

Quando a tempestade emerge nos meus olhos

E no fundo do mar adormecem calmamente

 

Enterram-se na areia

Alimentam os peixes com fome

Brincam como se fossem crianças…

Mas a mim, as palavras, não servem de nada…

 

São apenas palavras

Bem escritas

Ou mal escritas

Palavras enterradas na areia

 

Palavras que alimentam peixes

E eu não como palavras…

Como os peixes.

 

 

Luís Fontinha

12 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:13

Boa tarde Luís Fontinha,
Este belíssimo poema está em destaque Na Rede na homepage do SAPO Angola.
João Sá a 12 de Maio de 2011 às 14:04

Obrigado, João.
Abraço
Luís

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