Três cordéis prendem-me a este país (Portugal)
E eu um papagaio de papel
Com muitas cores
À deriva nos céus
Levado pela tempestade
Fugindo das nuvens
Eu um papagaio de papel
Suspenso em três cordéis
Caminhando por montanhas e socalcos
Encalhado entre o Douro e o Tejo
Estacionado em Belém
À espera de embarque
E quando passa o navio?
Não navios a passear
Não petroleiros com tosse
Nada que corte os três cordéis
Para eu começar a voar
E quando acordar…
Quando acordar poisar a minha mão
Na baía de Luanda
E abrir os olhos para o mar…
Luís Fontinha
14 de Maio de 2011
Alijó