Silêncios escondidos no crepúsculo
Em mim o cortinado da janela
Silêncios enrolados no meu pescoço
Que se agarram como um âncora às mão de uma macieira
Silêncios que o mar pela madrugada engole
E no final da tarde cospe contra os rochedos do meu quintal
Silêncios que fazem do meu corpo um inferno
Nos silêncios da vida suspensa por um cordel
E pergunto-me qual o significado dos silêncios
Quando as palavras em rebuliço
Quando o mar em construção
Prendem o meu corpo no vácuo de um contentor
E o meu corpo transforma-se numa rosa cinzenta
E a minha vida fica colada nas fendas de uma parede…
Silêncios em mim nos silêncios da madrugada
Silêncios de mim nos silêncios de nada.
Luís Fontinha
22 de Maio de 2011
Alijó