Aos poucos canso-me da terra
Onde cresci
Aos poucos como o silêncio de um relógio
Canso-me da terra onde vivi
Aos poucos eu engasgado nos socalcos
Desço vinhedos subo o xisto da madrugada
E olho o rio que me vai salvar…
Na sombra desgovernada
Aos poucos o meu corpo em pedacinhos de algodão
Aos poucos na minha mão uma flor cansada…
Aos poucos os meus lábios em movimento
Quando aos poucos em mim se dilui a alvorada.
Luís Fontinha
22 de Maio de 2011
Alijó