Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

30
Mai 11

A rua em movimento

Nas pessoas silêncios pendurados nos lábios

Tosse convulsa emerge da boca de uma árvore

E parvo eu

 

Que ainda acredito que o mar vem até mim

Acredito que da maré vão crescer desejos

Abraços no fim de tarde

E parvo eu

 

Tão parvo

Junto ao cais à espera de embarque

E parvo eu

Pedindo às gaivotas que os ponteiros do relógio cessem

 

Diminuam na claridade dos lençóis amarrotados

Quando a minha cama se recusa a adormecer o meu corpo

Quando no meu quarto as gaivotas

Poisam no meu peito

 

E do meu corpo acorda o cheiro a cadáver

A pó que o mar quer engolir

E parvo eu

Tão parvo

 

Indiferente à rua em movimento

Nas pessoas silêncios pendurados nos lábios

Das pessoas passos de monstro

Nas pessoas… sorrisos devastados.

 

 

Luís Fontinha

30 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:03

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