Se nos teus olhos de manhã adormecida
Acordasse o cansaço das minhas mãos
Quando mergulhadas no oceano
E acariciam os teus lábios em silêncio
No meu corpo pendurado nas nuvens
Crescia a noite sem estrelas,
Os barcos aumentavam de volume
E os peixes escondiam-se na sombra das árvores…
Se nos teus olhos de manhã adormecida
Acordasse o cansaço das minhas mãos
A minha boca silenciava-se na madrugada
E nos meus braços agarravam-se flores de papel,
Mergulhavam na terra as abelhas em delírio
E na parede da cozinha um calendário acorrentado
Prisioneiro dos infindáveis desejos
Que habitam nos teus olhos de manhã adormecida…
Luís Fontinha
31 de Maio de 2011
Alijó