Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

18
Abr 14

A bateria balança sobre o palco da tempestade

o baterista entra-se no meu silêncio

e absorve-me,

os sons melódicos do Jazz correm nas minhas veias desconexas

há marinheiros na minha mão que procuram o Oceano da loucura

e absorvem-me,

e sinto-os como se fossem a Primavera

correndo

caminhando sobre a límpida areia de veludo,

 

A música acorrenta-se aos meus braços de porcelana

choram as cordas da guitarra friorenta dentro de um cubículo sem janelas

e eu, eu transformo-me em palavras,

há poemas no meu peito com sabor a clandestinidade

beijos em pergaminhos que sobejaram da saudade...

e absorvem-me...

pequenas réstias de limalhas de aço

brincam nos meus sonhos...

e absorvem-me,

 

A bateria não se cansa dos meus fantasmas

o baterista suspenso no arame de papel que constrói a madurada

e absorvem-me as sonoras lágrimas da manhã,

sei que no teu rosto de madeira habitam fotografias a preto-e-branco

e outros suspiro sem nome,

homens desejando a morte

e a morte que não cessa de gritar...

absorvo-te enquanto desenhas nos seios da literatura sons geométricos das noites embriagadas.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 18 de Abril de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:48

11
Abr 14

Viajo pelos cinzeiros envenenados das manhãs de Primavera,

sinto a sombra deles impregnada na minha janela,

oiço-os e vejo-os nas palmeiras do quintal contíguo ao meu,

a manhã levanta-se e começa a cambalear nas tuas mãos de desejo adormecido,

viajo e sei que existem pálpebras encharcadas na neblina inventada,

à lápide o teu retrato, à lápide... o teu nome reescrito e escrito pelas estrelas da saudade,

sou um cadáver imaginário que habita na loucura,

corredores sem portas,

e tectos...

tectos descendo até não poderem mais,

cansados,

tão cansados que pedem licença ao rodapé...

 

(por favor... ajudem-nos)

 

e o rodapé de livro na mão...

 

(quero lá saber... do pavimento não passarão)

 

viajo dentro dos teus fluidos depois de te levantares do meu corpo,

sei que está um crucifixo a observar-nos... mas nada nos diz,

e apenas nos olha,

olha-nos como se fossemos dois pedaços de madeira em combustão.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 11 de Março de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:58

01
Fev 14

foto de: A&M ART and Photos

 

Uma cabeça voa nas esferas transversais da paixão,

pausa, recomeça num ritmo desenfreado como se fosse uma gaivota na roda da solidão, chove,

dormes fingindo que sonhas, e sonhas... fingindo que as mãos do desejo existem como existem... como existem as árvores, como existem os pássaros... pássaros, como existem as nádegas tuas nas cansadas geadas,

oiço e sinto-te quando caminhas no corredor da escuridão, trémulo, estonteante, como um vagabundo em busca de moedas esquecidas nas madrugadas do adeus, e chove e ris-te como se eu fosse o teu único espelho das manhãs sem sentido,

uma cabeça, uma cabeça regressada do infinito espaço das arcadas sem janelas,

os pássaros, os malditos pássaros, a loucura, a eterna loucura quando imitas os pingos Invernais da chuva,

hoje chove,

hoje parecias triste, ausente... um ninguém... sem cabeça, ela voa, ela parece um pássaro à porta de entrada do pólipo envenenado, hoje, hoje chove e tu, e tu... uma cabeça voa nas esferas transversais da paixão,

não dormes,

não comes... mentes,

e acreditas nas palavras que escrevo quando eu nunca escrevi nada, nada, nada do que tu percebas, do que tu entendas, porque eu, eu... sou uma cabeça que voa, que voa, voa... da paixão,

e na paixão adormeceu... e da paixão... morreu.

 

 

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 1 de Fevereiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:03

19
Jan 14

foto de: A&M ART and Photos

 

qualquer coisa começada em pedra e terminada em erva

o terreno límpido onde pastam as vozes dos cortinados ensanguentados

húmidos pelo medo

às paredes o silêncio degredo

a morte vestida de flores embalsamadas

e portas encerradas

janelas que olham o mar

o mar que transforma janelas em barcos para brincar

qualquer coisa em ti

comedida

a dor sobre os teus ombros submersos em carris de aço nos lânguidos lábios em tristes abraços...

sabia-te deitado no meu destino,

 

ancorado

e bem amarrado como cordas que sustentam as pontes invisíveis das tempestades de veneno

converso e oiço-te em mim...

 

grito.... “Quero o meu caderno das argolas desbotadas quando a tarde ainda era tarde”... grito e quero-o em mim como se eu fosse um simples suporte de madeira deixado numa qualquer rua da cidade...,

 

a cidade fervilha e transpira

o corpo despe-se e do espelho do sótão uma lâmina de tristeza embrulha-se em ti

sim eu percebo que você é frágil e de frágeis vivem os jardins como vivem as árvores nos seios das pequenas gaivotas em papel...

a cidade és tu

o corpo é o meu

o meu corpo dentro do teu corpo

dois corpos suspensos na fronteira do prazer... vivemos na alegre solidão da dor...

sinto-as como se fossem as minhas mãos de amoreira em cima das nuvens negras do Inverno inferno travestido de Cinderela adormecida... ancorado... e bem amarrado... o teu corpo vive e habita nos rochedos das montanhas encarnadas

o teu corpo masturba-se nas sílabas assassinadas pela madrugada

oiço-as e invento-lhes nomes para que eu não enlouqueça como a insónia vogal do ciume

vive-se vivendo como esqueletos de ossos em migalhas de pão...

voa-se voando... quando de um corpo sem corpo acordam as sanzalas do pecado.

 

 

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 19 de Janeiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:50

04
Jan 14

foto de: A&M ART and Photos

 

enlouqueço como os ramos cansados da amoreira

evaporam-se no vento agreste que traz a tempestade de areia

vomita barcos e caravelas e mulheres de porcelana

belas às vezes... feias quando os charcos lamacentos do abismo estão sobre o mar...

mulheres que fogem das nuvens invisíveis dos doces torrões de açúcar

enlouqueço

vivo fingindo viver

e escrever fingindo que escrevo

não escrevendo...

… nada

absolutamente... nada

porque odeio as canetas de tinta permanente

 

porque deixei de guardar as velhas folhas em papel amarrotado...

velho

porque... queimei os dedos do teclado da máquina de escrever

ainda oiço os sons magoados das sílabas em sangue...

e enlouquecido... sinto-me um iceberg perdido na espuma tranquila do silêncio medo

procurando travessões longos de madeira firme

palavras

tristes palavras

das cadeiras da sala de jantar...

oiço e choro

perco-me não percebendo que do pavimento da paixão

acordam os laços de nylon dos mastros enferrujados.

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 4 de Janeiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:41

22
Dez 13

foto de: A&M ART and Photos

 

O piano enlouquecido

tristemente só... alegremente despromovido

o piano magoado louco esquecido...

o piano dorme enquanto os dedos dela se masturbam nas suas doces teclas

o piano desgraçado

dorido

é triste ser som de piano louco

quando o corpo dela...

não o é... e o é tão pouco

enquanto o corpo dela... dilacera-se como a manteiga nos espelhos da paixão

o piano tem coração

tem dono... tem tesão.

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 22 de Dezembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:54

10
Dez 13

foto de: A&M ART and Photos

 

inventas mentiras com dentes de marfim

escreves falsas palavras nos lábios do rio apaixonado

dizes que sou louco porque tenho sonhos com gaiolas de vidro e sapatos de granito

inventas coisas a meu respeito

que amanhã serei submergido como um navio profanado

uma imagem branqueada

límpida

alegre ou triste

como as tuas mentiras

com dentes...

jacarés em mpingo inoxidável

voando sobre as arcadas da solidão

 

inventas flores com sabor a orgasmo silabando e desfiado pela mão do drogado

sabes que os poemas escritos no teu corpo são uma lareira de prazer

e nunca mais desaparecerão da tua pele flácida

mole...

mole e cintilante como diamantes num leito abandonado

inventas carcaças de baleia que trazem a nós o cheiro nauseabundo do teu sémen com... dentes de marfim

e o drogado de mão estendida... sonha como eu sonhava

com gaiolas de vidro e sapatos de granito

(se é lá possível... gaiolas de vidro e sapatos de granito)

louco ele

varrido

como as folhas do velho plátano na madrugada das aflições intermináveis...

e acreditava que tinhas nos seios as pétalas embebidas na penumbra neblina do silêncio

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 10 de Dezembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:11

09
Nov 13

foto de: A&M ART and Photos

 

(à admiradora secreta)

 

sinto-me embrulhado no labirinto dos lençóis de espuma

que adormecem sobre as sombras míseras das andorinhas em nocturnas imagens de incenso

sei que me ouves e esperas na esquina do transatlântico esqueleto de zinco

à procura de neblinas e marés de orgasmo

vejo-me enfurecido pelas fotografias do passado

brincava num quintal de barcos com gaivotas em papel

brincava... adormecia em ti pergaminho ovulífero das manhãs ensanguentadas pela escuridão da paixão

dizes-me louco quando pertenço às aves invisíveis dos plátanos em flor

dizes-me vagabundo

imundo

quando de mim crescem as palavras em ti...

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 9 de Novembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 02:28

05
Out 13

foto de: A&M ART and Photos

 

Morre o abajur e cessa a luz do desejo, uma mesa-de-cabeceira definitivamente órfã, e do naperon construído nos serões de Inverno... ouvem-se pequenas lágrimas misturadas com pegajosas sílabas de carvão, sei que o teu rosto viveu numa tela e tal como aconteceu com o abajur

Morreu

E cessaram no teus olhos as madrugadas sem a presença de mãos calejadas pelo engaço, o peso da enxada absorve os poucos ossos do teu empobrecido esqueleto, e tudo em ti

Pobre,

Morreu,

Cessou a luz que ilumina os trilhos nocturnos das montanhas de alecrim, sentia-te bocejar junto ao gesso em pedaços de tabique onde um lindo crucifixo da mãe Arminda, coitado, suspenso, só... e no entanto, olho-o e pergunto-me

Porquê?

Morreu e cessou,

E pergunto-me se ainda vou a tempo de regressar, e pergunto-me

Pobre,

Morreu?

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

O carrossel das palavras girava ferrugento e as ventoinhas cinzentas, em madeira, vomitavam vogais, outras vezes, sentíamos os sorrisos castanhos das abelhas de asa encarnada, ouvíamos as crianças deambulando mentiras de pano na fragilidade do sono, encerravam as janelas com fotografia para o dia de ontem, e

Pobre,

Morreu,

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

O carrossel em círculos ao redor de uma haste óssea, e lembrava-me do teu esqueleto de geada nas manhãs de Inverno, queríamos descer as escadas graníticas, e

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

Tombávamos sobre o pavimento dorido, cansado, e triste

Magoado?

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

(ai como eu sofro)

Morre o abajur e cessa a luz do desejo, uma mesa-de-cabeceira definitivamente órfã, e do naperon construído nos serões de Inverno... ouvem-se pequenas lágrimas misturadas com pegajosas sílabas de carvão, sei que o teu rosto viveu numa tela e tal como aconteceu com o abajur

Morreu

E tal como a Primavera,

Morreu?

Não

Morre o abajur e cessa a luz do desejo, uma mesa-de-cabeceira definitivamente órfã, e do naperon construído nos serões de Inverno... ouvem-se pequenas lágrimas misturadas com pegajosas sílabas de carvão, sei que o teu rosto viveu numa tela e tal como aconteceu com o abajur

Morreu,

Recordo-me dos telhados em zinco voarem sobre um tapete de lã, recordo-me dos alicerces aldrabados por um sucateiro, e no final do dia, tudo dava certo, as metralhadoras dos teus abraços acordavam sobre as mangueiras do quintal esquecido no centro de uma cidade, as munições em puro aço rompiam os muros em xisto e ouvíamos o telintar dos guizos de um chibo mal educado, de um chibo

Morre o abajur e cessa a luz do desejo, uma mesa-de-cabeceira definitivamente órfã, e do naperon construído nos serões de Inverno... ouvem-se pequenas lágrimas misturadas com pegajosas sílabas de carvão, sei que o teu rosto viveu numa tela e tal como aconteceu com o abajur

Morreu,

E o carrossel dançava nos cabelos loiros dos barcos em flor, e o carrossel das palavras, não de todas, mas o carrossel só de algumas palavras

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

(ai como eu sofro)

Sentiam-se sós... quando descia sobre as árvores do Tejo uma gabardina esbranquiçada que escondia no seu interior

Morte?

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

(ai como eu sofro)

Os poucos ossos sobejados do esqueleto que te acompanhava enquanto eu fazia amor com o teu corpo mergulhado em sombras e lá fora

Morte,

(não temos sorte nenhuma, senhor Luís)

(ai como eu sofro)

Lá fora dormiam os candeeiros que um louco semeou no centro do passeio, os carros rosnavam

e

“Cuidado Com os Carros”

Mordem?

E lá fora um cortinado guilhotinado vendia o corpo como robalos sobre um pedaço em madeira...

“Hollywood... pá”.

 

 

(não revisto – ficção)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 5 de Outubro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:18

22
Set 13

foto de: A&M ART and Photos

 

Eras mármore gratinado nas doces tristes algas da solidão, havíamos de terminar a noite entre resmas de papel, cinzeiro recheado de beatas, neblina ensurdecedora que os cigarros vomitavam sobre a mesa decorada com objectos insignificantes, eras mármore sobre um piano coberto por um cobertor de areia, regressavam no final do dia...

Pombas, gaivotas e barcos enjoados devido à forte ondulação que as horas incompletas e mortas, pelas finas espumas que os marinheiros traziam no pulmão alcatroado por um empreiteiro de algibeiras encurraladas das tempestades que o medo, de vez em quando, deixava cair sobre o silêncio, os olhos, os olhos

Fingiam que nada viam, adormeciam como embriagados homens de cabelo comprido,

Cumprido o teu desejo sublime, desfazem-se as pétalas em sorrisos amargurados, oiço-os

Aos olhos?

Os olhos dormem,

Comprido como a fome, as andorinhas regressavam ao local do crime, e as janelas de cristal sempre lá, suspensas nas árvores com ventoinhas eléctricas, do tecto, a chuva do teu cheiro, a catinga mergulhava na sombra nocturna do cinzento púbis que embebia a madrugada em despedidas ao Verão, regressado de longe, vêem-se as superfícies lisas das coloridas faces com lábios de amanhecer, ao longe

Aos olhos?

Vêem-se-lhe as pernas arqueadas e poisadas sobre o parapeito virado para as traseiras onde brincava um robusto quintal, velho, barbudo, atulhado de lixo, lixo... e aqui e além

O cheiro a catinga,

Os caixotes de lixos até não aguentarem mais alimento, vomitavam-se e sujavam as laminadas passadeiras em pura lã virgem, o pastor reclamava o preço a que lhe pagavam a lã, as ovelhas gritavam

Gatunos, gatunos...

O preço da água é um roubo,

Gatunos, gatunos... e o coitado do chibo endiabrado, correndo de leira em leira... até encontrar um rio com peixes voadores, até encontrar a mulher mais bela do cinzeiro onde ardiam algumas das beatas... e o lacrimante púbis enjoado devido às difíceis encostas cobertas por placas de xisto, e mármore gratinado nas doces tristes algas da solidão, havíamos de terminar a noite entre resmas de papel, cinzeiro recheado de beatas, neblina ensurdecedora que os cigarros vomitavam sobre a mesa decorada com objectos insignificantes, eras mármore sobre um piano coberto por um cobertor de areia, regressavam no final do dia...

Gatunos, gatunos...

O preço da água é um roubo,

Aos olhos?

A catinga absorvia o ranger

Oiço-os... meu querido

O quê?

A catinga absorvia o ranger que ela ouvia dos cornos em migalhas, depois do desgraçado do chibo, tombar como uma borboleta sobre a lápide do amor, recordava-se ainda do fumo embrulhado em fina prata de alumínio, e fingiam que nada viam, adormeciam como embriagados homens de cabelo comprido,

Cumprido o teu desejo sublime, desfazem-se as pétalas em sorrisos amargurados, oiço-os

Aos olhos?

Os olhos dormem,

E choram as tuas lágrimas

Fingiam que nada viam, adormeciam como embriagados homens de cabelo comprido,

Cumprido o teu desejo sublime, desfazem-se as pétalas em sorrisos amargurados, oiço-os

Aos olhos?

Os olhos dormem,

Dormem... e dormem... e dormem... e ele gritava

“Povo desta aldeia... andastes quarenta e oito anos a dormir... e agora, agora comei do sono”

Aos olhos?

Os olhos dormem,

Dormem... e dormem... e dormem...

E onde está a lã das minhas ovelhas?

Ouvíamos-o chorando como uma criança empoleirada em calções e sandálias de couro, sentava-se no triciclo...

E dormem,

E onde está a lã das minhas ovelhas?

Dormem...

 

(Não revisto – Ficção)

@Francisco Luís Fontinha - Alijó

Domingo, 22 de Setembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:41

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