Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

08
Mar 12

Vêm até mim

As silabas as vogais e as tristezas da noite

Embrulhadas nas palavras adormecidas

Vêm até mim

As gaivotas sem sorriso

Sem asas

Sem sonhos de caminhar sobre a areia molhada da tarde

Sento-me e finjo-me de morto

Não respiro

Não sonho

E sei que à minha volta gotas de silício se desprendem das árvores

E todas as folhas

E todos os ramos

Vêm até mim

E me abraçam

E me levam para o infinito

publicado por Francisco Luís Fontinha às 15:23

06
Fev 12

Nunca me abraçaste

Nem gostas dos meus poemas

Detestas os rios que correm para o mar

E dizes que sou louco

E não o dizes mas talvez o penses – (não serves para nada

E não passas de um mendigo que vagueia dentro da noite)

 

Nunca me abraçaste

E deves pensar que o meu rosto é uma rocha

Ou um pedacinho de madeira abandonada

Quando chove e à janela do asilo peço ajuda

E fingem não me ouvir

E fingem não me ver

 

Nunca me abraçaste

E restam-me os ramos das árvores

Onde escrevo os poemas

Que detestas e odeias

 

E sou um mendigo que vagueia dentro da noite

Tenho rosto e tenho mãos

E às vezes descem as lágrimas da copa das árvores

E alimentam o meu sorriso adormecido

Numa folha de papel meia dúzia de palavras

Que copiei dos ramos das árvores que tu tanto odeias

 

Tenho rosto e tenho mãos

E amo loucamente as minhas palavras.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 02:05

13
Out 11

 

(desenho de Luís Fontinha/MiLove)

 

Se os teus braços

Falassem quando me abraçam

Apenas queria escutar

A palavra amo-te,

E perder-me nos milhões

De pontinhos do teu olhar,

E mergulhar nas gotinhas

Das tuas lágrimas,

Se os teus braços

Falassem quando me abraçam,

Eu não me cansava

De escrever as palavras dos teus braços

Nos silêncios do céu…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:53

10
Out 11

 

(desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:56

05
Out 11

O meu corpo embriagado

Na saliva da tua boca,

O meu corpo embrulhado

Em teus olhos de louca,

 

O meu corpo deitado

Nos teus abraços de amanhecer,

O meu corpo cansado

Entre a noite a crescer

 

E a lua poisada no mar,

O meu corpo refém da tua mão

Quando me vens acariciar

 

Nas arcadas da madrugada,

O meu corpo de solidão

Na tua cama apaixonada…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:46

01
Out 11

Abraça-me,

Abraça-me com toda a tua força

Árvore poisada nos silêncios do céu,

Abraça-me,

 

Só hoje

Abraça-me apenas esta noite,

 

Abraça-me

Como se eu fosse um girassol encalhado nas nuvens,

Uma canção de esperança

Nas mãos de uma criança,

 

Só hoje

Abraça-me apenas esta noite,

 

Antes que venha o mar,

E desistas de me abraçar…

 

Árvore poisada nos silêncios do céu.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:04

18
Jul 11

Me abraça enquanto as nuvens dormem

E das gotinhas de água acorda o amanhecer

Me abraça dentro da tarde em migalhas

Nas mãos firmes do entardecer

 

Me abraça quando eu estou dentro do mar

E do meu corpo crescem algas em movimento

Me abraça sem medo

Da tempestade com vento

 

Me abraça

Miúda das oliveiras e pregos e do martelo

Me abraça na penumbra da luz do teu quarto

No teu rosto tão belo.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 15:49

13
Mai 11

A solidão dói

Mas não sei se a pior dor

É estar só

Ou acordar

 

E não ter ninguém que me diga;

 

- bom dia pai.

 

Pior que a solidão

É não ter um filho

Para abraçar…

 

 

Luís Fontinha

13 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:35

03
Mai 11

As pétalas aos poucos tombavam no chão

Como gotinhas de água

O caule teima em vergar com a força do vento

E ela teimosamente

 

Teima contrariar a tempestade

Aos poucos verga como uma barcaça

E as raízes prisioneiras à areia

Que olham o mar

 

Esperam pela maré

Umas vezes calmamente

Outras até…

Impacientemente

 

O caule teima em vergar com a força do vento

E ela teimosamente

Resiste

Abraça-se a uma nuvem em desassossego

 

Esperando a chegada do pôr-do-sol…

Umas vezes calmamente

Outras até…

Impacientemente

 

As pétalas aos poucos tombavam no chão

Como gotinhas de água

Ela olhava-se ao espelho

Detestava o que via

 

E eu acho-a tão linda

E acredito que as suas pétalas novamente vão crescer

E o caule ficará sem dor

Forte como tungsténio

 

A que eu me possa abraçar…

Quando o pôr-do-sol chegar.

 

 

Luís Fontinha

3 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:21

16
Abr 11

Abraço-me ao teu corpo molhado

Pelos gemidos do entardecer,

Abraço-me ao teu corpo cansado

Dos momentos de prazer.

 

Abraçamo-nos ao silêncio da escuridão

No infinito amanhecer,

Quando na penumbra paixão

O teu corpo parece arder…

 

Parece o fogo do cansaço

Quando desperta na madrugada

Quando no meu abraço,

 

Adormeces no meu jardim.

Abraço-me a ti sem dizer nada,

Apenas fico feliz por estares junto a mim.

 

 

Luís Fontinha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:11

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