50 x 60 acrílico s/tela. Francisco Luís Fontinha.
Não o sei.
Foram pedras da calçada que arranquei.
Foram lágrimas que chorei.
Não o sei.
Esta terra que semeei,
E depois me cansei,
E depois me sentei,
Não. Não o sei.
Não o sei.
Porque morrem, aos poucos, as palavras que plantei,
Na folha de papel que rasguei.
Não.
Não o sei.
Não o sei.
Porque brotam lágrimas esta lareira que amei.
Esta fogueira que incendiei,
Na madrugada que pintei.
Não.
Não o sei.
Não o sei.
Porque sinto os combóis que nunca sonhei.
Não o sei,
Porque brincam meninos na seara que pisei…
Mas uma coisa eu sei.
Que o Sol que bilha, não fui eu que o pintei.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
03/12/2019
Aqueço-me nos teus olhos, disfarço as rugas, pego num livro proibido sem tu o dares conta, e imagino-te sentada junto ao lago desconhecido; nunca soube o seu nome, raça, credo ou sexo, mas é o lago mais lindo do Universo.
Aqueço-me nos teus olhos, banho-me na tua tristeza de um dia acordar a Primavera sem mim, tu, descalça, caminhando em volta do lago, danças, saltitas e chamas por mim; e nunca percebeste qual era o livro proibido…
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 18/06/2018
Desenho de Francisco Luís Fontinha