Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

03
Dez 19

Não o sei.

Foram pedras da calçada que arranquei.

Foram lágrimas que chorei.

Não o sei.

Esta terra que semeei,

E depois me cansei,

E depois me sentei,

Não. Não o sei.

 

 

Não o sei.

Porque morrem, aos poucos, as palavras que plantei,

Na folha de papel que rasguei.

 

Não.

Não o sei.

 

Não o sei.

Porque brotam lágrimas esta lareira que amei.

Esta fogueira que incendiei,

Na madrugada que pintei.

 

 

Não.

Não o sei.

 

 

Não o sei.

Porque sinto os combóis que nunca sonhei.

Não o sei,

Porque brincam meninos na seara que pisei…

 

 

Mas uma coisa eu sei.

 

Que o Sol que bilha, não fui eu que o pintei.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

03/12/2019

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:39

04
Abr 19

Os teus olhos são o mais belo livro de poesia,

Uma canção,

Uma melodia.

Os teus olhos são a escuridão,

Nocturna das almas perdidas,

As palavras prometidas.

Os teus olhos são a mais bela pintura, do teu corpo,

Nua…

Na despedida.

Os teus olhos são a geada,

A cidade endiabrada,

Quando me olhas debaixo do luar,

E, ao longe, sei que habita o mar,

E o jardim das flores apaixonadas.

Os teus olhos, meu amor, são as tardes de brincadeira,

O baloiço de uma criança,

Quando desce a ribeira,

E o meu olhar te alcança.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

04/04/2019

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:47

21
Jan 16

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Fontinha 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:45

08
Nov 15

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Fontinha - Novembro/2015
publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:41

23
Out 15

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 Fontinha - Outubro/2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:43

14
Out 15

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Fontinha – Outubro/2015

 

A estátua que habitava no teu peito

Esta sentada, hoje, numa cadeira sem jeito,

Brinca, hoje, num jardim amarrotado por mãos inanimadas,

Como são tristes todas as madrugadas

E todos os versos do poeta,

Como são tristes todas as manhãs embriagadas

À mesa com um qualquer pateta,

Um imbecil encurralado na noite

Esperando o acordar de um relógio sem alma,

Chora, acredita nas lágrimas do sofrimento,

Chora, e inventa o inferno

No corpo do vento…

 

A estátua… não se cansa de dançar

Sobre a tua pele grená…

Os lábios manchados de sangue,

Os braços entranhados na face de um inocente,

Chora, acredita na liberdade,

Chora, acredita na saudade

Dos ausentes corpos de esferovite,

Grita, grita contra o muro invisível da prisão,

Morre a verdade,

Morre o ditador em pedacinhos de cacimbo…

Rasga o convite

E fica esquecido no tédio limbo…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 14 de Outubro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:46

12
Out 15

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Fontinha – Outubro/2015

 

Ouvi-los… nunca,

Estes loucos pássaros envergonhados e tristes,

Estes homens sem fronteira

Galgando a sombra de outros homens,

Na fome, na miséria beleza

Quando o mar se aproxima, e mata, e eles fingem morrer,

Junto à ribeira,

Com o medo de tudo perder,

Eles, os pássaros, eles, os homens sem fronteira,

Agachados nos riachos envenenados pelo dinheiro,

Rastejando no capim outrora fértil de palavras…

E hoje, e hoje Oceanos de lágrimas laminadas.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 12 de Outubro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:05

11
Out 15

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 Fontinha - Outubro/2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:19

10
Out 15

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Fontinha/Outubro-2015 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:33

16
Set 15

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Francisco Luís Fontinha - Setembro/2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:06

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