Este sismo que avassala o teu corpo,
esta espera... infinita,
esta cidade recheada de cansaços
e sombras prateadas,
esta tempestade sem nome
que atravessa as tuas mãos
e desagua no rio das lágrimas
como um pedaço de silêncio em tuas mágoas,
Este sismo travestido
que dorme nos teus cabelos...
Este sismo que avassala o teu corpo
e te engole como uma pedra mortífera,
finges que não,
finges... finges como o poeta,
dizes-me que está tudo bem,
e à tua volta,
uma cidade em revolta
uma cidade que me engana...
E te mata com espingardas de tristeza!
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014