Não me peças para viver sem a tua presença,
Não me peças para imprimir a tua presença na minha mão,
Que de todas as ausências, mentem, são tristes, comoventes…
Não me peças para te amar…
Porque nunca te vou amar,
Beijar-te
E abraçar-te,
Não me peças para ser um ausente
E inanimado miúdo de calções transparentes,
Finjo,
Fujo
Das tuas garras,
Sou a montanha sem cume,
O penhasco da desilusão,
Não me peças
Amor
Carinho
E presença,
Sou um esquilo, tranquilo, mas ausente,
Nas fanfarras de Verão,
Nas aldeias no Inverno,
No cimento embriagado pelo silêncio,
Deito-me em ti,
Durmo nos teus lençóis de linho,
E mesmo assim,
Não te amo…
Francisco Luís Fontinha
Domingo, 28 de Fevereiro de 2016