Podíamos navegar na tempestade do sonho
Quando todas as nuvens dormiam
Quando todas as palavras
Em uníssono
Sussurravam nas pálpebras laminadas do medo
Eu… eu amo-te
Amar uma pedra
Com sentimentos
E da dor
As ingrimes escadas do cansaço
Não pertenço a este Rio
Não és o espelho do meu sorriso
Narciso escrito
Nas frestas do xisto amargurado
As gaivotas
Regressam
E em uníssono…
Eu amo-te
Pensavas tu
Pensava eu
Não sei
Quem sou
Quem és
Ontem
Ontem
Enquanto borbulhavam as sílabas do prazer
O livro que se lê
E vê
O corpo nu sobre o poema
E dou-me conta que faltam as personagens
O cenário
E o texto
E tu…
Eu.. eu amo-te
A Astronomia
A Física
E o teu corpo
Nu
Pensava eu
À janela
Podíamos desenhar no Tejo
Todas as crianças do Universo
E não
Nem crianças
Nem palavras
Na despedida.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 12 de Maio de 2015