(desenho de Francisco Luís Fontinha / 03-08-2015)
Sinto o Tejo cravado no peito,
Acaricio os cigarros olhando a ponte,
Pego na tua mão,
Permaneço secreto como os barcos que brincam nos nossos lábios,
Desenho beijos na face oculta do teu olhar,
E vejo a alegria entranhada nos teus cabelos,
Sinto o Tejo cravado no peito,
A paixão esperando o regresso do vento,
As palavras deixaram de habitar as cartas envidraçadas,
Cerrei todos os livros,
E todas as madrugadas,
Hoje, és uma rua deserta,
Perdida na cidade…
Sem nome,
Sem nada…
Sofro,
Tenho no rosto as lágrimas argamassadas da fuga,
Quero fugir,
Sem rumo,
Procurando o Tejo cravado no peito,
Ou pegar na tua mão…
Sem jeito,
Sem Tejo cravado no coração.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 3 de Agosto de 2015