fui...
nos pedacinhos invisíveis da lanterna da solidão
fui percorrendo todos os corações de areia que habitam no teu peito
fui...
fui... fui o regresso adiado
fui...
marinheiro envenenado pela escuridão da insónia
saltei a janela que aprisionava os meus braços
fui...
fui sem saber que um dia deixaria de ter mãos
fui...
fui um dia de chuva miudinha
sentei-me sem saber que existiam esconderijos disfarçados de manhã
fui...
fui... fui um emaranhado de lágrimas esperando o amanhecer.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 20 de Abril de 2014