Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Jan 15

A1_018.jpg

 

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

Não tenho tempo para te amar, meu amor, flutuo nas ombreiras madrugadas travestido de dor, navego no teu corpo como um transeunte mendigo, sem-abrigo, poeta insignificante das palavras sem nome, e navego

Amanhã vou chorar,

E navego no teu corpo esculpido...

E na solidão do abrigo, as espátulas da insónia, o sexo embriagado, os teus seios crismados na fogueira da mendicidade,

Hoje?

Hoje vou amar-te, prometo, meu amor...

Tínhamos na algibeira o fio invisível, a luz o desejo

Amanhã?

De penetrar em ti como uma agulha de aço, um poema clandestino das

ruas de Lisboa,

Amanhã?

O sol, a noite, o teu ventre pergaminho saboreando os meus dedos, e amanhã?

Tínhamos,

Na algibeira os candeeiros da saudades,

Os beijos,

A geometria do teu olhar inseminado na madrugada, os beijos fluem como amêndoas de chocolate em brasa...

O teu corpo,

Os teus lábios...

 

(…)

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 24 de Janeiro de2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:46

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